sexta-feira, 14 de maio de 2010

Escrito em tempos... enquanto aguardava ser atendida na Linha de Apoio das Finanças

Nunca soube falar
Nunca soube amar
Nunca soube ouvir
Nunca soube experimentar

Na Vida
Há falas que ouvimos
Sem amar, com pudor
Postergamos o sabor da auscultação

Na Vida
Há amores que não sentimos
Ou não ouvimos, ou não falamos
Negamos o gáudio da felicidade

Na Vida
Há vozes que ecoam
Da boca dos amores perdidos, não amados
Dissipamos o sopro do amor

Na Vida
Há gostos diversos, divergentes
Tudo queremos degustar mas
Quitamos o deleite do sal da afeição

Julgamos tudo saber
Sem discernir que tudo temos para descobrir
Escondemo-nos nas acções, sem dizer: Amo-te
Não amamos, não ouvimos

Tudo queremos descobrir
Sem contemplar o que está por perto, à mão
Desprezamos os tesouros do nosso baú
Olvidamos a intrepidez do maior deles: a Vida!

ANA MARIA SANTOS
2007-05-15

1 comentário:

  1. É sempre nos lugares mais estranhos que nos descobrimos um pouco mais...

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